Relativismo cultural é o estudo de cada cultura sem tentar defini-la como melhor ou pior que outras. É a tentativa de analisar culturas diferentes sem preconceitos. O relativismo cultural não precisa ser contrário à Bíblia. As verdades fundamentais da Bíblia vão além dos limites da cultura.
Cada pessoa é influenciada pela cultura em que vive. Muitas vezes tentamos avaliar outras culturas em comparação com a nossa, assumindo que a nossa é superior quando há diferenças. Mas esse tipo de pensamento não ajuda a entender outras culturas. Pelo contrário, cria preconceitos e estereótipos errados.
Por isso, na antropologia (o estudo de diferentes culturas e sociedades) procura-se entender a visão do mundo da cultura que está sendo estudada. Em vez de analisar a partir de sua própria cultura, o antropólogo procura se colocar nos sapatos de quem vive noutra cultura.
Os limites do relativismo cultural
Cada cultura tem coisas boas e coisas ruins. Ser diferente não significa ser melhor nem pior. Nesse sentido, o relativismo cultural é bom, porque evita o desprezo por outras culturas.
Por outro lado, muitas pessoas confundem o relativismo cultural com o relativismo moral. O relativismo cultural apenas procura analisar cada cultura sem avaliá-la. O relativismo moral ensina que não existem valores morais absolutos. Assim, nada pode ser classificado como bom ou mau. Todos os valores morais de todas as pessoas são igualmente válidos.
O objetivo do relativismo cultural não é avaliar o certo e o errado de uma cultura. Mas, levado ao extremo, pode ser usado para defender que não existe certo nem errado!
O relativismo cultural e a Bíblia
A Bíblia foi escrita em várias culturas diferentes, ao longo de muitos anos. Ela reconhece as diferenças entre várias culturas e não impõe uma única cultura sobre o mundo. O grande valor da Bíblia é que ela é válida em todas as culturas! - Romanos 2:14-15
A única parte de uma cultura que a Bíblia critica é a moralidade. Existe certo e errado. De resto, ela deixa muita abertura para o relativismo cultural. E, mesmo assim, é bom usar um pouco de relativismo cultural para entender como culturas diferentes interpretam as regras morais da Bíblia de maneiras diferentes.
Para quem é missionário ou trabalha com pessoas de outras culturas, o relativismo cultural é muito importante para se relacionar com essas pessoas (1 Coríntios 9:20-22). Ele ajuda a separar o que é cultural do que é bíblico. Existem várias regras culturais que assumimos como bíblicas mas não são. E também existem regras bíblicas que se expressam de maneiras diferentes em culturas diferentes (como a questão a modéstia no vestuário).
Veja aqui mais sobre a roupa e a modéstia.
Uma vez imerso na outra cultura, com a ajuda do relativismo cultural, a pessoa pode avaliar cada parte dessa cultura com base na Bíblia (e não sua própria cultura). Também pode ajudar a avaliar sua própria cultura e identificar o que está errado. Assim, o relativismo cultural pergunta “por que fazem isso?” e a Bíblia pergunta “será que é certo?”.